UM HOMEM CRUEL DO SÉCULO XIII
Na coluna "Um ponto é tudo" de Ferreira Fernandes na última página do "Diário de Notícias" de 4 de Agosto, surgiu uma rubrica intitulada "Homenagem justa a um homem cruel" que não deixou de me surpreender.
A crónica em si emite uma opinião sobre a figura no contexto da homenagem que a Mongólia, em Setembro, se prepara para lhe tributar através de uma gigantesca estátua equestre.
Criador do maior império de terras contínuas que a história conheceu, natural parece ser que os seus herdeiros mongóis lhe sejam tributários.
Acontece que na expansão deste império até ao centro da Europa as cruéis hordas mongóis tudo avassalaram, implacavelmente destruiram e fartamente violaram (refere o colunista que recente estudo genético lhe atribui a descendência de meio por cento da população mundial, fazendo dele, assim, o maior procriador universal).
Termina louvando os mongóis ao dizer que fazem bem na sua homenagem pois "os homens soprados pelo vento fizeram mais para chegarmos a hoje que os bonzinhos e quietinhos". Será que tanta relatividade e tolerância é universal? Ou a brutalidade mongol justifica-se por serem mongóis e a de outros não? Ele há vezes em que o cronista se põe a jeito, mas uma pergunta se impõe: os algozes de muitos podem ser os heróis de outros, ou não?
Etiquetas: Gengis Khan, História
1 Comments:
Não me diga que anda a comprar o DN por causa do Sherlock Holmes. É que eu ando, apesar de ter recebido o nº3 na Terça e hoje novamente, mas paciência. Além disso a colecção do ano passado era melhor. Quanto a Gengis Khan pode-se dizer que foi um grande homem porque cumpre os requisitos básicos: não era europeu; não era nazi-fascista e não era branco. Tem o defeito de não ter sido guei, mas enfim, não se pode ser perfeito.
De qualquer maneira, de um jornal dirigido pelo Marcelino, um dos tais que diz termos vivido sob o fascismo não se pode esperar grande coisa nestes dias.
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