05 março 2010

UM REPARO QUE SE IMPUNHA

Aqui vos deixo a carta que escrevi ao director da Identidad, Enrique Ravello, por causa de um artigo com grosseiros erros históricos sobre a História de Portugal e cuja publicação lhe solicitei, esperando que possa surgir no próximo número.
Estimado Enrique,
Sou, como sabes, assinante e leitor assíduo do "Identidad", que sigo com o interesse que merece. Porém o número 26, 15Fev-15Mar, no seu artigo "Ceuta y Melilla...", assinado por Alberto Grasa, na sua página 18 inicia-se com uma grosseira imprecisão histórica que, em defesa da minha história pátria, não posso deixar de corrigir.Ao dizer que aquelas cidades são espanholas há mais de quinhentos anos, refere seguidamente que "Ceuta los ochenta anteriores estuvo en manos portuguesas". Ora tal é um lamentável erro histórico. Ceuta, num acto que pode ser considerado como a continuação da Reconquista pelos portugueses - e que tanto ajudou a Reconquista às monarquias vizinhas, numa época em que Espanha não existia -, foi conquistada em 1415; ora até 1640, ano em que guarnecida por espanhóis não aderiu à Restauração de Portugal, tornando-se então espanhola, decorreram não "ochenta", mas duzentos e vinte cinco anos (225). Outrossim importa corrigir que Ceuta não é espanhola há "quinientos años" mas apenas há trezentos e setenta (370) e que se celebrarão apenas no próximo mês de Dezembro do presente ano. A menos que os "quinientos" anos espanhóis sejam contados somados aos da Ceuta portuguesa, numa perspectiva pouco precisa e vagamente imperial infelizmente tão presente em certos círculos intelectuais espanhóis.Agradeço-te, pois, a publicação desta minha rectificação.
Um abraço com amizade

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3 Comments:

Blogger O Império said...

Caro Humberto Nuno Oliveira.

Fico feliz por ainda existirem Portugueses que defendem a nossa História e o nosso lugar no mundo como povo e como cultura.

E felicito-o pela sua carta.

Parece-me que os espanhóis têm a tendência para valorizar demasiado a sua História à custa da nossa. Têm tendência para exigir dos outros aquilo que não exigem deles próprios. É o caso de Olivença e de Gibraltar. Exigem aos Ingleses o território de Gibraltar, mas não assumem a coerência de devolver a Portugal a terra de Olivença.

E esta inacção por parte dos sucessivos governos portugueses relativamente a esta questão é vergonhosa. Pergunto-me o que aconteceria se descobrissem grandes quantidades de petróleo em Olivença…

Aproveito para lhe perguntar se existe outra situação semelhante à de Olivença em que território português esteja em mãos espanholas indevidamente?

Obrigado.
Um abraço.

sexta-feira, 05 março, 2010  
Blogger Humberto Nuno de Oliveira said...

Prezado leitor,
Agradeço as suas palavras e a atenção à prática continuada de desrespeito da Espanha pelo Direito Internacional no caso de Olivença.
Felizmente, o único litígio de direito e fronteiras com a Espanha é mesmo apenas o do termo de Olivença.
Excepção feita, ás frequentes pretensões sobre as Desertas.
Abraço

sexta-feira, 05 março, 2010  
Blogger cristina ribeiro said...

Atento e oportuno. Os " nossos egrégios avós " merecem. É a memória dos seus feitos.

sábado, 06 março, 2010  

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