22 maio 2012

O CALVÁRIO FISCAL....

Os meus leitores mais atentos sabem que, com razoável frequência, reclamo da situação tributária em Portugal e particularmente a que me afecta concretamente (como aliás à grande maioria dos portugueses). Sinto-me roubado todos os meses e, para cúmulo em dada altura do ano, ainda recebo mais uma talega. Dirão alguns: "é porque recebe bem!". Esta afirmação, para o panorama do nosso país é absolutamente verdadeira, porém, empregado por conta de outrém quase nada posso deduzir (e para o ano será pior...) e o Estado infere que o que comprovada e legitimamente gastei é rendimento disponível e taxa-me sobre o que não já não tenho, tornando o mês após as férias estivais num verdadeiro tormento... Creio que a grande maioria dos Portugueses está familiarizada com a justeza deste imposto.
Quando o IRS começou, apresentado como simplificador do então Imposto Complementar, percebi de imediato da sua justeza. Nesse ano, para além do que já me haviam roubado mensalmente, paguei quase 300 contos, em contrapartida um colega professor (que era profissionalmente advogado) e que acabara de comprar um Mercedes (eu só poderia comprar então um de brincar...) recebeu 275 contos de reembolso. A partir desse momento, como vos disse, percebi logo quão justo era o novo imposto.
Vem tudo isto a propósito de uma notícia surgida não há muitos dias no Correio da Manhã. Informava o jornal que há menos ricos a pagar impostos e que a grande fatia dos mesmos é obtida à custa da classe média, ela própria em acelerada via de extinção... As famílias milionárias vão "desaparecendo" e a cobrança diminui... embora todos vejamos em tantos os sinaios evidentes da ostentação. O "mexilhão", como diz o aforismo é que...
Neste país é sempre assim. Quem tem bons advogados evita a justiça e quem tem bons e aututos contabilistas os impostos...
 

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