14 janeiro 2013

FORÇAS ARMADAS, MARINHA, SUBMARINOS E DISPARATES

Estive no passado Sábado na Base Naval de Lisboa (BNL) que, devido à sua instalação na antiga Quinta Real do Alfeite, é frequentemente referida como "Base Naval do Alfeite". Trata-se, como sabem os mais versados em assuntos militares da única grande base operacional da Marinha Portuguesa, estando ali fundeada a maioria dos navios da sua Esquadra.

Embora com muita honra e orgulho tenha cumprido o Serviço Militar Obrigatório (que um cretino ministro do PSD – já então os havia, não é só agora - liquidou em Novembro de 2004) sou, como tantos por aí gostam de dizer “apenas um civil”.

Todavia, a minha actual condição de civil não me conduziu a qualquer processo de cretinização negador do papel fundamental das Forças Armadas. Não há país digno desse nome sem elas. E bastaria começar por aqui…

Muitos dos que falam das Forças Armadas fazem-no criticando privilégios, mordomias e outros disparates esquecendo que, ao contrário de qualquer outro “Funcionário público”, estes também são pagos para morrer… Acho que poucos pensam nisso mas, estou certo, iluminaria e colocaria o debate noutras premissas.

Como “apenas um civil” não pude deixar de, para além de umas emblemáticas embarcações ali atracadas, ficar profundamente triste com o desolador panorama da nossa Esquadra. Mas de um país que convive mal com as suas Forças Armadas, que prefere encerrar empresas de construção naval (comprometendo mais esta importante mais-valia do nosso país) a colocá-las a produzir embarcações para a sua armada (e se não há toda a tecnologia investisse-se nela que outros a viriam cá buscar…) e se acostumou a andar de mão estendida, pouco mais podemos esperar.

Salvo uma ou duas fragatas novas, um bom navio oceanográfico (com a nossa costa quantos deveríamos ter?) e dois submarinos novos, a maioria da nossa Esquadra está obsoleta, lamentavelmente). A propósito destas últimas embarcações e da atordoada de imbecilidades escritas (a maior das quais sobre a sua inutilidade) alguém nos perguntou se, crivados como estamos de dívidas que outros assumiram, preferiríamos comprar 16 novos submarinos ou pagar o buraco do BPN. Pois é o equivalente a 16 novos submarinos que andamos a pagar para alguns terem enriquecido… Se calhar muitos nunca tinham pensado nestes termos que podem ajudar...

Mas, volto a afirmar, de um país como o nosso que deixou de olhar o mar e lhe volta as costas que podemos esperar?

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2 Comments:

Blogger JJS said...

Caro Humberto Oliveira,
As minhas felicitações, por este seu excelente artigo.

A nossa Armada, a nível de capacidade combatente, está mesmo reduzida só a dois submarinos da Classe Tridente, as três fragatas da Classe Vasco da Gama, e às duas fragatas da Classe Bartolomeu Dias. Sendo, que todas as fragatas já são vasos de guerra, com mais de duas décadas de árduos serviços, e que estão a precisar de um grande programa de modernização, de forma a continuarem a terem razoáveis níveis de "operacionalidade".

Os sucessivos governos dos partidos do “centrão”, tudo fizeram para destruir a indústria da construção naval em Portugal.

Se não fosse isso, hoje podíamos estar a construir nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, os Navios de Patrulha Oceânica(NPO) e as Lanchas de Fiscalização Costeira(LFC), navios que são essenciais para modernização da nossa esquadra, e muito importantes para as missões de patrulhamento e fiscalização da nossa imensa Z.E.E marítima.

Com os actuais (Des)governantes, a continuar a sua missão de continuar a entregar o nosso mar e o nosso futuro, nas “mãos” de Estados estrangeiros e de organizações internacionais como o FMI e BCE.

O futuro apresenta-se bastante negro para a Armada e até para Portugal.

Um abraço,

Joaquim Santos
(Blogue Defesa Nacional)

quarta-feira, 16 janeiro, 2013  
Blogger Humberto Nuno de Oliveira said...

Caro Joaquim Santos,
Grato pelas suas palavras e pela partilha dos seus sempre conhecedores esclarecimentos que podemos seguir com agrado no "Defesa Nacional".
Uma vez mais obrigado e um abraço
HNO

quinta-feira, 17 janeiro, 2013  

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