23 janeiro 2007

JÁ CHATEIA...

Tanta parcialidade no programa os “Grandes Portugueses”. Aquela senhora, a Domingues, já não consegue disfarçar uma alarve satisfação sempre que alguém critica Salazar (o que aliás não é raro e só demonstra eloquentemente a diferença entre o povo que vota e aqueles “paineleiros” - cuidado com a leitura - de conveniência sempre tão bem escolhidinhos). O boçal sorriso ilumina-lhe o semblante e ei-la, perdendo a postura e isenção que seriam de esperar numa apresentadora, adoptando uma postura comicieira de antifa (resquícios da juventude ou do convívio com os “turras”?). Sempre, então, que alguém tem a ousadia de defender aquele estadista ergue a vara de marmeleiro e é um verdadeiro “varrer de feira”, enfim. À tal Sra. Domingues (que no passado Domingo lá teve que engolir de uma sua “paineleira” presente comentários menos agradáveis ao seu candidato posicionado no décimo sétimo posto) parece ser-lhe impossível compreender que “ser democrata” não tenha que ser o critério decisivo e fulcral na escolha do maior português de sempre, daí decorrendo que Salazar, como se fosse o único, não se deveria encontrar entre os dez mais. O meu candidato, que se ficou por um modesto 18º lugar – D. Nuno Álvares Pereira –, seguramente o não foi nem o foram, aliás, a maior parte, senão a totalidade dos constantes da lista dos 10 mais. Que diferença, para o conceito de “democracia” da senhora Domingues existirá entre a democracia de orgânica de Salazar e a popular de Cunhal, ambos falavam dela e ambos, como é evidente não a cultivavam, e então? Deveriam ser excluídos por isso?
Salazar, não era o meu candidato. Votei nele para tentar afastar a possibilidade de o herói da União Soviética (não me recordo se recebeu aquela distinção por uma ou duas vezes…) poder ganhar o concurso. De resto na lista final existem sete bons candidatos, todos eles insignes “democratas”.
Alguém poderia perguntar à tal Domingues (que viveu pelas paragens de Londres à nossa custa a fazer um serviço que não nos custa agora imaginar qual…) se seria democrata o nosso Gama (que não me repugnaria ver como vencedor deste concurso) que na sua segunda viagem para a Índia, em 1502, arrasou numerosas localidades da costa oriental africana e, após se apropriar dos bens, propositadamente afundou a embarcação árabe Meri com largas centenas de peregrinos a Meca (muitos dos quais mulheres e crianças) que assim morreram? Não que julgue o sucedido – que a História não se fez para julgamentos – mas já que falamos em democratas…

Etiquetas: , ,

1 Comments:

Blogger Humberto Nuno de Oliveira said...

Avaliar e julgar são coisas bem diferentes. É evidente... Julgamentos não, por isso sou historiador e não juiz...

terça-feira, 23 janeiro, 2007  

Enviar um comentário

<< Home