16 julho 2007

OS NÚMEROS...

Não quero começar esta análise sem antes agradecer as sempre amáveis referências do amigo Pedro João e aconselhar a atenta leitura da sua análise dos números destas eleições intercalares. Todavia esta coisa de números, que decididamente não são o meu forte, pode ter várias leituras. Aqui vai outra que tentarei tão objectiva quanto me é possível e que compara os resultados das autárquicas de 2005 e 2007.
Percentualmente houve menos 30,59% votantes, o que é importantíssimo dado que este valor contribuiu, exceptuando referendos, para a maior abstenção de sempre em eleições. E a abstenção, como bem sabemos, a todos penaliza. O voto militante é uma ilusão do passado (conheço votantes PNR que não votaram este domingo e idêntico cenário se encontrará nos demais partidos).
Derrotados há vários. Comecemos pelo PSD. Existem duas leituras possíveis: a comparação entre os resultados do partido ou a mesma comparação com os votos do partido+Carmona Rodrigues (que, mais coisa menos coisa, foi buscar votos à mesma área). No primeiro caso a votação de ontem traduz uma quebra de 288,39% de votantes, amenizados para "apenas" 46,94%, no segundo.
O CDS/PP conheceu uma queda de 56,6%, não obstante os tão exaltados méritos do candidato a autarca. Recuos igualmente importantes nos votos da CDU -42,1% - e do berloque de esterco - 40,26%.
A "vitória" do PS só o é porque, efectivamente, o Senhor Costa vai ser o próximo presidente da edilidade, porque para além disso de vitória tem muito pouco. O PS ao trágico resultado do inefável Carrilho viu ainda fugir 22,8% do seu eleitorado. Claro que usando a mesma lógica que empregámos para o PSD se somarmos a votação de Helena Roseta (embora esta tenha ido pescar votos igualmente ao berloque e eventualmente à CDU) sobe 3,85%, só assim estaríamos perante uma vitória.
Vencedores, efectivamente, só, embora em quadrantes diferentes, os dois partidos assumidamente contra o sistema o PCTP/MRPP que aumenta o seu número de votos em 13,87% e o Partido Nacional Renovador que consegue o mais expressivo crescimento de 88%.
Os demais partidos não concorreram em 2005 logo não é possível estabelecer paralelismos.
É esta a leitura que os votos expressos permitem, independentemente de "importâncias" relativas de partidos.

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