NINGUÉM RECLAMA?

Claro que não!

Afinal é um risco da profissão, dirão os mais afoitos e mais desculpabilizadores da impunidade que vai grassando neste pobre país.

Vendo bem, vendo bem, ainda se conseguirá detectar algum laivo de culpabilidade às forças policiais que, suprema afronta, se lembraram de deter criminosos (já sei que o politicamente correcto seria "presumíveis suspeitos"...) por venda de material informático roubado... Que importância, ou relevância, terá tal facto... Francamente...

Que país é este onde os criminosos e seus apoiantes levantam cerco e atacam esquadras de polícia? Não querer rever as suas lindas teorias, os fantasistas admiradores de Rousseau?

O caminho que a criminalidade está a tomar exige uma situação de excepção para a qual a permissiva, passiva e laxista legislação que temos, há muito se mostra desadequada.

É tempo de mostrar ao crime e, consequentemente aos criminosos, que há - e deve haver - ordem neste país nem que para tal alguns cadáveres tenham que juncar as ruas de bairros que se tornam verdadeiros cancros num país que vive na ilusão de que ainda é um Estado de Direito, e para tal limpeza não pode haver carpideiras que pugnem pela impunidade, pelos criminosos e coloquem sempre o ónus da "maldade" nos que nos devem proteger.

É tempo... antes que seja tarde demais...

(Fonte: Correio da Manhã, 09.07.2010)