28 outubro 2006

LIGADO AO POSTAL ANTERIOR...

«Devo à Providência a graça de ser pobre: sem bens que valham, por muito pouco estou preso à roda da fortuna, nem falta me fizeram nunca lugares rendosos, riquezas, ostentações. E para ganhar, na modéstia a que me habituei e em que posso viver, o pão de cada dia não tenho de enredar-me na trama dos negócios ou em comprometedoras solidariedades. Sou um homem independente. Nunca tive os olhos postos em clientelas políticas nem procurei formar partido que me apoiasse mas em paga do seu apoio me definisse a orientação e os limites da acção governativa. Nunca lisonjeei os homens ou as massas, diante de quem tantos se curvam no Mundo de hoje, em subserviências que são uma hipocrisia ou uma abjecção. Se lhes defendo tenazmente os interesses, se me ocupo das reivindicações dos humildes, é pelo mérito próprio e imposição da minha consciência de governante, não por ligações partidárias ou compromissos eleitorais que me estorvem. Sou, tanto quanto se pode ser, um homem livre.».
António de Oliveira Salazar

Parece que centenas ou milhares de anos separam estas palavras de probidade e honestidade do nosso actual país de bandidos, trafulhices, esquemas, compadrios, nepotismo e tantos outros adjectivos para qualificar o roubo e impunidade em que vivem os que nos roubam... mas afinal são apenas algumas dezenas de anos. Que aconteceu a este país?
A resposta só não a sabe quem não quer... ou for um deformado mentiroso.