25 outubro 2006

GRANDES PORTUGUESES

O programa os Grandes Portugueses, ainda que debutante, vem provocando já enormes disparates e não menores polémicas, acesas um pouco por toda a parte. É evidente que, como programa de entretenimento das massas (qual Circo de outras eras), merece o distanciamento e a relativização aconselhável.

Acontece que, percorrendo a sociedade o comentário ao programa todos vem afectando. Mais ou menos responsável, ninguém lhe quer ficar à margem. No recente Sábado (14.10), nas páginas do “Diário de Notícias”, saiu na sua habitual Crónica o Professor António Costa Pinto glosando o assunto. E entre chacota escusada, doutos comentários e sobretudo muito preconceito lá foi discorrendo sobre o tema. O tema não mereceria particular atenção não fora a responsabilidade pública que é esperada de um Professor Universitário. Bem sei que se trata da crónica de um jornal, mas é que depois há hábitos e jeitos que não se perdem… e assim se vai fazendo a História, sobretudo a História Contemporânea Portuguesa. História preconceituosa, apaixonada e excessivamente adjectivada, pouco rigorosa e sobretudo nada isenta. Enfim, malhas que a Academia tece…

O que não se compreende é que, com jornalística ligeireza, afirme como normal que em idênticos programas na França, o general Pétain tenha sido excluído da lista o mesmo tendo acontecido com Hitler na Alemanha, comentando “Ainda que não ganhassem seguramente, a polémica seria dolorosa”. É de facto o mais espantoso sinal de como vê a História e como conscientemente pactua na sua adulteração. Não espanta pois o que arengou sobre Salazar de quem afirma caber aos historiadores colocá-lo no devido lugar. Mas com Costa Pintos, Rosas, Medinas & Cª. é de temer…

Não chegando ao ponto a quem chegou um jovem nacionalista da “blogosfera” não é que os livros dele sejam “uma bela merda”, mas andam lá muito perto…