24 outubro 2006

SZABADSÁG

Ou seja, Liberdade. Foi o grito que fez ontem 50 anos, como bem lembrou este atento amigo que nunca esquece as questões magiares. De facto fez ontem 50 anos que nas ruas de Budapeste os estudantes exigiram o fim do regime comunista e a saída das tropas soviéticas (as tais que defendiam a soberania ilimitada...), a eles se juntaram os trabalhadores e todo o povo húngaro que ansiava por uma mudança. Aos seus anseios respondeu a polícia secreta disparando contra a multidão.
Faz hoje, porém, 50 anos que os carros de combate soviéticos entraram nas ruas de Budapeste iniciando a repressão e travando-se autênticas batalhas nas ruas da linda cidade do Danúbio. Há 50 anos, também, era renomeado para o cargo o antigo primeiro-ministro, Imre Nagy.
Havendo, ainda, tantos iludidos sobre os reais objectivos comunistas lembraremos aqui, sobretudo para os mais novos, a cronologia dos acontecimentos:
25 Out. - Tropas soviéticas disparam contra os manifestandos matando centenas de manifestantes. Início da destruição dos símbolos da ocupação soviética.
26 Out. - Revolta alastra a todo o país. O primeiro-ministro tenta negociar a saída dos soviéticos.
28 Out. - É abolida a polícia política (AVH) e o sistema de partido único. Reunião de emergência do conselho de segurança da ONU.
30 Out. - Carros de combate soviéticos abandonam Budapeste. Manifestações de enorme contentamento das populações.
1 Nov. - Nagy anuncia o abandono do Pacto de Varsóvia por parte da Hungria e epela à ajuda internacional (que ninguém disponibilizou...).
3 Nov. - Invasão militar soviética.
4. Nov. - Revolução é esmagada pelos soviéticos em poucas horas. É estabelecido um regime fantoche liderado por Janos Kadar.
Dois anos depois Nagy seria executado no célebre edifício da polícia política na Andrassy Utca e seria necessário esperar por 1991 para assistir ao abandono definitivo das tropas soviéticas.
Ontem também os carros de combate andaram nas ruas... os socialistas não aprendem mesmo...