15 dezembro 2006

PARA LAMENTO... OU LEMBRANDO GALILEU

Aquela rapaziada animada que, nem sempre com a desejável regularidade, se reune ali naquele casarão roubado aos frades de S. Bento aprovou ontem por unanimidade voto de condenação à conferência internacional sobre o Holocausto (com maiúscula claro está) em Teerão.
Lembram-se de Galileu, condenado pelo Santo Ofício, por ter ousado procurar a verdade ante a "verdade" estabelecida e até então inquestionável?
Afirmou lá a rapaziada que a «conferência não é só uma afronta aos judeus, é também uma afronta a todos os europeus, bem como ao mundo tolerante, democrático e civilizado». E foi nesta parte do democrático (já que os conceitos de tolerância e civilização não são lá muito tangíveis e até se pode detectar neste voto um pequeno laivozinho de um excessivo eurocentrismo a raiar a xenofobia...) que me detive. Passo a explicar. Nego o holocausto (na sua visão hollywoodesca de algo único e ímpar), não nego genocídio de, um número que importa apurar com rigor, judeus durante a 2ª Grande Guerra, nem de tantos outros de maior dimensão númerica de vítimas com que ninguém se parece importar (qual será a razão desta duplicidade de critérios, querem adivinhar?). Mas esse facto histórico deve poder ser livremente questionado e investigado como qualquer outro acontecimento histórico. E é isso que não se pode fazer na "democrática" Europa: investigar com o rigor e os meios possíveis um facto histórico que foi elevado ao estatuto de dogma e que, como apanágio destes, não pode ser discutido, só que para os dogmas de fé religiosa não há moldura penal... Para qualquer historiador sério é muito diferente saber se morreram 6 milhões ou um número eventualmente inferior ou superior. Assim se procederia em qualquer evento histórico, excepto talvez nas purgas do timoneiro Mao, nesse caso parece que mais dez milhões ou menos a coisa é tranquila...
Será esta a essência da Europa democrática? Se é ainda me arrisco a ter que pedir a cidadania iraniana...

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