A SANTA INQUISIÇÃO
Sabendo que muitos dos meus prezados leitores não adquirem à Terça-feira (o que não me parece bem, mas entendo face às dificuldades impostas aos Portugueses) esse singular bastião de liberdade jornalística que dá pelo nome de "O Diabo", aqui fica a crónica do meu amigo Walter Ventura, a quem tiro o chapéu que me descobre a careca (será que não me arrisco com esta declaração) que, para não variar, é uma pérola que vivamente vos aconselho:
A Santa Inquisição
Por vezes, fico-me a matutar se não serei um racista. Chego a pensar-me um racista quase total. Porque já tive chatices, algumas duras, com brancos, pretos, amarelos e seus derivados das mais diversas tonalidades. O “quase” que não me permite considerar-me um racista perfeito vem do raio dos peles-vermelhas que azucrinavam a vida do Buffalo Bill e do John Wayne que frequentei na fase mais agreste da minha puberdade. Infelizmente nunca se me deparou um representante dessa raça, o que me impediu fazer o pleno racista.
Por essas e outras, quando ouvi pela primeira vez aquela gracinha saloia do “sou tão capaz de apertar a mão a um branco como o pescoço a um preto”, achei a fórmula catita. Só mais tarde – o que a vida nos ensina! – vim a descobrir que o mau feitio com que a Providência me dotou (e que eu acrisoladamente cultivo, porque acredito que devemos melhorar os dotes que o Céu nos deu), me fazia recusar sujar as minhas mãos em outras até mais brancas do que as minhas e não me importar de apertar fraternalmente muitos pescoços pretos retintos.
Mesmo assim, parece-me poder ser bem aceite entre a malta simpática dos “skinheads” que por aí pululam, poluindo um tanto ou quanto o ambiente urbano. Deitei contas à vida e descobri uma data de pontos de contacto. Desde logo tenho a cabeça ao léu, embora com um tufo que me vai de orelha a orelha, cobrindo toda a nuca. Nada que uma máquina-zero e uma navalha afiada não resolvam num ápice.
Depois, gosto de armas, embora hoje por hoje só tenha meia dúzia de canivetes que não dão para se considerarem colecção e uma faca-de-mato em petição de miséria que conservo por motivos sentimentais. Mas sempre são armas, segundo a novíssima e ultra-catita Lei das Armas que os nossos mimosos legisladores congeminaram com assinalável esforço e maior sabedoria, sendo de espantar terem esquecido as facas de cozinha e os alfinetes com mais de cinco centímetros de comprimento e meio milímetro de calibre.
E tenho livros que pelos vistos estão mal vistos, tanto assim que foram apreendidos por aplicados polícias que ao menos provaram saber ler o suficiente para detectarem os títulos suspeitos. Acontece que, além do detestado “Mein Kampf” – que, por acaso, tem pelos menos uma edição portuguesa, aparecida quando “este país” ressacava do Prec no prato, por obra e graça do já falecido Fernando Ribeiro de Melo, das edições Afrodite – e do “Triunfo dos Porcos” que por isto e mais aquilo se vendeu quase tanto como pão em vagas sucessivas do “Círculo dos Leitores” e companhia, tenho outras bombas que bem mereciam ser igualmente apreendidas. Tenho ainda os livros desse estranho Paul Rassinier que, sendo socialista, opositor à ocupação nazi e “cliente” de vários campos de concentração, escreveu obras a desmentir o holocausto tal como ele é contado às criancinhas nestes alegres sessenta anos. E outras que os doutos polícias e mais quem manda neles nem sonham existirem mas que bem mereceriam a fogueira purificadora. Os António Sardinha, os Alfredo Pimenta, os Pequito Rebelo e demais Integralistas que cometeram o pecado de serem nacionalistas e que chegaram a pregar contra o parlamentarismo e outras maravilhas da nossa era. Até tenho obras do professor doutor António José de Brito, um facínora afascistado que ficaria bem na prisão, entre os moços descabelados que este Estado mais providencial do que providência acabou de deter e cujos livros merecem lugar de destaque em qualquer “index” democrático que se preze. Bem sei que, cá por coisas, também tenho o “Capital” e mais uma punhado de livrinhos assaz bem vistos sobretudo por aqueles revolucionários de pacotilha que dificilmente conseguem juntar duas letras – a não ser as de crédito que, apesar de louvavelmente anticapitalistas – costumam usar à tripa forra, p’ró andarzinho, p’ró carrinho, p’rás feriazinhas lá fora, etc. e tal. Até tenho, vejam bem, os “Discursos” desse malandro do Salazar que limpou o concurso à D. Odete Santos e uns livritos do Benito, sim, o Mussolini!, para não falar de fascistas menores de um ou outro nazi empedernido. Hoje, pelos vistos, é “viver perigosamente”, como o Duce ensinava, sem sonhar o que estava para vir.
Por tudo isto e pelo que de momento não recordo, acho que a Santa Inquisição que ora ressurgiu – não sei se por não ter nada de mais útil e mais urgente para fazer, como sanear os Casais Ventosos que por aí florescem ou deitar mão à cáfila de malandros engravatados que nos cavam a ruína, se no esforço mais do que louvável de afastar as atenções mórbidas das histórias rocambolescas das Independentes e seus diplomas – não devia ter esquecido de me incluir na lista dos perigosos que meteu a ferros mai-las suas matracas e soqueiras e os livrinhos que, quase apostava, tinham em casa mas nunca chegaram a ler.
E já agora, mesmo não me considerando bufo, sempre quero dizer que muito democrata por aí deve andar que incorre nos mesmos pecadilhos e merece igual tratamento. O senhor Pacheco Pereira (bem sei que não é careca e não parecer dado a armas), aposto que tem na sua badaladíssima biblioteca um ror de livros tão ou mais perigosos do que estes que a Judite adregou apanhar em casa dos moços. E que dizer desse agora tão esquecido Mário Soares que tanto preza a sua biblioteca, a ponto de a atirar à cara dos adversários, como o fez naquele debate televisivo com Cavaco Silva? Já do senhor Zé Magalhães não digo nada. Não parece tipo para se armar nem com faca de cozinha nem com uma fisga e não me cheira muito dado a literatices, salvo talvez, dicionários de citações úteis e versões compactas tipo “readers-digest”. Mas, se a memória me não falha o homem sofria de queda de cabelo galopante, tanto assim que dizem as más línguas, teve de se sujeitar a dolorosos e caríssimos implantes capilares. Ora, cá para mim, é um “skin” e dos mais perigosos por andar disfarçado a fingir que o não é.
Falando mais a sério, como vocências talvez recordem, não gosto dessa malta que se diz de direita e apregoa o nacionalismo mas que tem um comportamento desviante que melhor merecia as atenções de psiquiatras do que de polícias. Ou, se calhar, bastaria que nos ríssemos nas suas caras para acabar com eles. Perigosos? Bem, talvez o sejam quando, em bando de mais de quinze, apanham um negro descuidado em viela escura e longe de socorro expedito. Para a Nação, mesmo para “este país”, não vejo que perigo possam representar. O nacionalismo deles leva-os a usar modas importadas de que só usam o exterior e até o nome que usam pertence a língua estranha. De direita, claro que não são; nem de esquerda, de resto. Deu-lhes para ali e, pronto.
Mais grave me parece a esforçada operação policial montada ainda não percebi por que bulas. O alvo, pareceu-me, não foram propriamente os “skinheads” e destes apenas os que eventualmente tenham cometidos delitos que a lei aponta – e nesses não está contemplada a posse dos livros apreendidos nem, quiçá, a posse de uma “Moca-de-Rio-Maior” que não passa de um “souvenir” de resto, pouco prático e menos eficiente para uso mais ou menos bélico. Quem me pareceu na mira das nossas estimadas autoridades foi o Partido Nacional Renovador que pode ter muitos defeitos – tem os suficientes para eu nele não me filiar – mas que não tem culpa dos erros dos seus militantes, simpatizantes ou eventuais votantes. Tanto assim é que, à mistura com os “skin”, creio terem sido outros militantes que o não eram.
Ora, o que se passa com o PNR e seu militantes, serve para demais partidos, onde aposto haver malta com armas legalizadas e vadias, leitores ou simples possuidores de livros que afectam o sono a agentes da Judiciária e a demais autoridades desta alegre democracia.
A menos que, claro, o PNR tenha armado ou mandado armar estes seus filiados e lhes ande a meter na cabeça macaquinhos que deviam estar no sótão do Júlio de Matos. Claro que há macaquinhos lá pela casa: desde logo a mania de não gostarem de “pretos” e seus derivados, de gente do “Leste” e demais emigrantes. Sobre isso, já aqui disse de minha justiça e não vale a pena repetir: eles não me ouvem nem eu tenho pachorra para o proselitismo. Quero lá saber...
Bem sei que há algumas razões que desculpam este “racismo” de capoeira. Como essoutro que os nossos políticos e jornalistas fingem não ver mas que assola os bairros da lata à volta das cidades portuguesas e que infecta a rapaziada negra, cigana e outras que lá habitam. Lembro-me de ver, em Berlim após a queda do Muro que o comunismo ergueu para não ser invadido pelos esfomeados do Ocidente (não foi, D. Odete?), bandos de desempregados preteridos pela mão de obra mais barata que chegava da Alemanha de Leste e da Polónia. Os mais novos deram em “skinheads” e desataram a malhar nos “turcos” e adjacentes, sendo adjacentes muitos portugueses que por lá viviam. Tudo se explica, como vêem, menos a estupidez que passa a ser mais grave quando patrocinada pelos que governam.
Por isso, aqui fico à espera que me venham prender, apreender os meus canivetes, passar revista às minhas estantes e deitar a unha suja aos meus livros. E, se não for pedir muito, que façam o mesmo aos filiados, militantes e simpatizantes de todos os partidos políticos, do amável bloquinho ao CDS, na certeza de aí também encontrarem tanta coisa proibida que a Judite será obrigada a alugar armazéns para albergar todo o espólio.
A não o fazerem, ficarei convencido que esta “operação” teve fins inconfessáveis e pouco dignos e que já não há em quem confiar.
O que, como vocências sabem, eu já fazia...
Por vezes, fico-me a matutar se não serei um racista. Chego a pensar-me um racista quase total. Porque já tive chatices, algumas duras, com brancos, pretos, amarelos e seus derivados das mais diversas tonalidades. O “quase” que não me permite considerar-me um racista perfeito vem do raio dos peles-vermelhas que azucrinavam a vida do Buffalo Bill e do John Wayne que frequentei na fase mais agreste da minha puberdade. Infelizmente nunca se me deparou um representante dessa raça, o que me impediu fazer o pleno racista.
Por essas e outras, quando ouvi pela primeira vez aquela gracinha saloia do “sou tão capaz de apertar a mão a um branco como o pescoço a um preto”, achei a fórmula catita. Só mais tarde – o que a vida nos ensina! – vim a descobrir que o mau feitio com que a Providência me dotou (e que eu acrisoladamente cultivo, porque acredito que devemos melhorar os dotes que o Céu nos deu), me fazia recusar sujar as minhas mãos em outras até mais brancas do que as minhas e não me importar de apertar fraternalmente muitos pescoços pretos retintos.
Mesmo assim, parece-me poder ser bem aceite entre a malta simpática dos “skinheads” que por aí pululam, poluindo um tanto ou quanto o ambiente urbano. Deitei contas à vida e descobri uma data de pontos de contacto. Desde logo tenho a cabeça ao léu, embora com um tufo que me vai de orelha a orelha, cobrindo toda a nuca. Nada que uma máquina-zero e uma navalha afiada não resolvam num ápice.
Depois, gosto de armas, embora hoje por hoje só tenha meia dúzia de canivetes que não dão para se considerarem colecção e uma faca-de-mato em petição de miséria que conservo por motivos sentimentais. Mas sempre são armas, segundo a novíssima e ultra-catita Lei das Armas que os nossos mimosos legisladores congeminaram com assinalável esforço e maior sabedoria, sendo de espantar terem esquecido as facas de cozinha e os alfinetes com mais de cinco centímetros de comprimento e meio milímetro de calibre.
E tenho livros que pelos vistos estão mal vistos, tanto assim que foram apreendidos por aplicados polícias que ao menos provaram saber ler o suficiente para detectarem os títulos suspeitos. Acontece que, além do detestado “Mein Kampf” – que, por acaso, tem pelos menos uma edição portuguesa, aparecida quando “este país” ressacava do Prec no prato, por obra e graça do já falecido Fernando Ribeiro de Melo, das edições Afrodite – e do “Triunfo dos Porcos” que por isto e mais aquilo se vendeu quase tanto como pão em vagas sucessivas do “Círculo dos Leitores” e companhia, tenho outras bombas que bem mereciam ser igualmente apreendidas. Tenho ainda os livros desse estranho Paul Rassinier que, sendo socialista, opositor à ocupação nazi e “cliente” de vários campos de concentração, escreveu obras a desmentir o holocausto tal como ele é contado às criancinhas nestes alegres sessenta anos. E outras que os doutos polícias e mais quem manda neles nem sonham existirem mas que bem mereceriam a fogueira purificadora. Os António Sardinha, os Alfredo Pimenta, os Pequito Rebelo e demais Integralistas que cometeram o pecado de serem nacionalistas e que chegaram a pregar contra o parlamentarismo e outras maravilhas da nossa era. Até tenho obras do professor doutor António José de Brito, um facínora afascistado que ficaria bem na prisão, entre os moços descabelados que este Estado mais providencial do que providência acabou de deter e cujos livros merecem lugar de destaque em qualquer “index” democrático que se preze. Bem sei que, cá por coisas, também tenho o “Capital” e mais uma punhado de livrinhos assaz bem vistos sobretudo por aqueles revolucionários de pacotilha que dificilmente conseguem juntar duas letras – a não ser as de crédito que, apesar de louvavelmente anticapitalistas – costumam usar à tripa forra, p’ró andarzinho, p’ró carrinho, p’rás feriazinhas lá fora, etc. e tal. Até tenho, vejam bem, os “Discursos” desse malandro do Salazar que limpou o concurso à D. Odete Santos e uns livritos do Benito, sim, o Mussolini!, para não falar de fascistas menores de um ou outro nazi empedernido. Hoje, pelos vistos, é “viver perigosamente”, como o Duce ensinava, sem sonhar o que estava para vir.
Por tudo isto e pelo que de momento não recordo, acho que a Santa Inquisição que ora ressurgiu – não sei se por não ter nada de mais útil e mais urgente para fazer, como sanear os Casais Ventosos que por aí florescem ou deitar mão à cáfila de malandros engravatados que nos cavam a ruína, se no esforço mais do que louvável de afastar as atenções mórbidas das histórias rocambolescas das Independentes e seus diplomas – não devia ter esquecido de me incluir na lista dos perigosos que meteu a ferros mai-las suas matracas e soqueiras e os livrinhos que, quase apostava, tinham em casa mas nunca chegaram a ler.
E já agora, mesmo não me considerando bufo, sempre quero dizer que muito democrata por aí deve andar que incorre nos mesmos pecadilhos e merece igual tratamento. O senhor Pacheco Pereira (bem sei que não é careca e não parecer dado a armas), aposto que tem na sua badaladíssima biblioteca um ror de livros tão ou mais perigosos do que estes que a Judite adregou apanhar em casa dos moços. E que dizer desse agora tão esquecido Mário Soares que tanto preza a sua biblioteca, a ponto de a atirar à cara dos adversários, como o fez naquele debate televisivo com Cavaco Silva? Já do senhor Zé Magalhães não digo nada. Não parece tipo para se armar nem com faca de cozinha nem com uma fisga e não me cheira muito dado a literatices, salvo talvez, dicionários de citações úteis e versões compactas tipo “readers-digest”. Mas, se a memória me não falha o homem sofria de queda de cabelo galopante, tanto assim que dizem as más línguas, teve de se sujeitar a dolorosos e caríssimos implantes capilares. Ora, cá para mim, é um “skin” e dos mais perigosos por andar disfarçado a fingir que o não é.
Falando mais a sério, como vocências talvez recordem, não gosto dessa malta que se diz de direita e apregoa o nacionalismo mas que tem um comportamento desviante que melhor merecia as atenções de psiquiatras do que de polícias. Ou, se calhar, bastaria que nos ríssemos nas suas caras para acabar com eles. Perigosos? Bem, talvez o sejam quando, em bando de mais de quinze, apanham um negro descuidado em viela escura e longe de socorro expedito. Para a Nação, mesmo para “este país”, não vejo que perigo possam representar. O nacionalismo deles leva-os a usar modas importadas de que só usam o exterior e até o nome que usam pertence a língua estranha. De direita, claro que não são; nem de esquerda, de resto. Deu-lhes para ali e, pronto.
Mais grave me parece a esforçada operação policial montada ainda não percebi por que bulas. O alvo, pareceu-me, não foram propriamente os “skinheads” e destes apenas os que eventualmente tenham cometidos delitos que a lei aponta – e nesses não está contemplada a posse dos livros apreendidos nem, quiçá, a posse de uma “Moca-de-Rio-Maior” que não passa de um “souvenir” de resto, pouco prático e menos eficiente para uso mais ou menos bélico. Quem me pareceu na mira das nossas estimadas autoridades foi o Partido Nacional Renovador que pode ter muitos defeitos – tem os suficientes para eu nele não me filiar – mas que não tem culpa dos erros dos seus militantes, simpatizantes ou eventuais votantes. Tanto assim é que, à mistura com os “skin”, creio terem sido outros militantes que o não eram.
Ora, o que se passa com o PNR e seu militantes, serve para demais partidos, onde aposto haver malta com armas legalizadas e vadias, leitores ou simples possuidores de livros que afectam o sono a agentes da Judiciária e a demais autoridades desta alegre democracia.
A menos que, claro, o PNR tenha armado ou mandado armar estes seus filiados e lhes ande a meter na cabeça macaquinhos que deviam estar no sótão do Júlio de Matos. Claro que há macaquinhos lá pela casa: desde logo a mania de não gostarem de “pretos” e seus derivados, de gente do “Leste” e demais emigrantes. Sobre isso, já aqui disse de minha justiça e não vale a pena repetir: eles não me ouvem nem eu tenho pachorra para o proselitismo. Quero lá saber...
Bem sei que há algumas razões que desculpam este “racismo” de capoeira. Como essoutro que os nossos políticos e jornalistas fingem não ver mas que assola os bairros da lata à volta das cidades portuguesas e que infecta a rapaziada negra, cigana e outras que lá habitam. Lembro-me de ver, em Berlim após a queda do Muro que o comunismo ergueu para não ser invadido pelos esfomeados do Ocidente (não foi, D. Odete?), bandos de desempregados preteridos pela mão de obra mais barata que chegava da Alemanha de Leste e da Polónia. Os mais novos deram em “skinheads” e desataram a malhar nos “turcos” e adjacentes, sendo adjacentes muitos portugueses que por lá viviam. Tudo se explica, como vêem, menos a estupidez que passa a ser mais grave quando patrocinada pelos que governam.
Por isso, aqui fico à espera que me venham prender, apreender os meus canivetes, passar revista às minhas estantes e deitar a unha suja aos meus livros. E, se não for pedir muito, que façam o mesmo aos filiados, militantes e simpatizantes de todos os partidos políticos, do amável bloquinho ao CDS, na certeza de aí também encontrarem tanta coisa proibida que a Judite será obrigada a alugar armazéns para albergar todo o espólio.
A não o fazerem, ficarei convencido que esta “operação” teve fins inconfessáveis e pouco dignos e que já não há em quem confiar.
O que, como vocências sabem, eu já fazia...
Etiquetas: Actualidade, O Diabo, Perseguição, Walter Ventura
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