28 junho 2007

FALANDO DE DROGAS...

... ou de aberrações legislativas.
Foi hoje aprovada, no barracão roubado aos frades de São Bento, a nova lei ati-tabágica que entrará em vigor no início de 2008 e sobre a qual importa tecer alguns comentários.
Não sou fumador (mas já fui, embora de cachimbo), pois questões de saúde e sobretudo uma férrea força de vontade me afastaram do vício, que para mim, nunca foi uma dependência. Que o tabaco - nicotina - causa dependência, não é nenhum segredo. É pois, no sentido lato da expressão uma droga. Bastaria para atestá-lo a incapacidade daqueles que, conscientes de o querer largar, o não conseguem. Há excepções, claro, mas poucas pois requerem muita força de vontade.
Não sou, porém, um fundamentalista embora ache que se fuma cada vez mais e mais cedo com os inerentes malefícios. Por essa razão sou a favor das restrições pois, por experiência familiar directa, constatei que nos países onde elas existem os fumadores fumam efectivamente muito menos, o que é positivo.
Todavia, embora o tabaco seja uma droga, é uma droga aceite, socialmente não condenável (pelos menos não o vem sendo), lícita, taxada e não geradora de criminalidade e marginalidade. Bastariam, assim, estes aspectos para o colocarem num lado completamente distinto da barricada das drogas ilícitas que, entre outros aspectos, contribuem significativamente para a degradação humana e criminalidade, além dos elevados custos para os nossos bolsos...
Comparar ambas é pois um exercício idiota e penalizar com coimas superiores ao consumo de drogas ilícitas o consumo de uma droga lícita é no mínimo digno de asnos...
Eram precisas salas de chuto, sim, mas para muitas cabeças que andam lá para São Bento... Ou então distribuam nicotina à malta e já agora também uns bagaços...

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