07 outubro 2007

O TERROR

O SOS Racismo denunciou no final da semana passada junto da agência Lusa o terror vivido nas escolas e bairros residenciais da margem sul do Tejo, imputando a responsabilidade da situação a grupos de cabeças rapadas (skinheads). Um tal de Nuno Chulagge (será que o inefável José Falcão, qual grilo falante nestas ocasiões, já se retirou?) afirmou que «Os skinheads estão a levar o terror às escolas da Margem Sul. Estão a crescer e a recrutar jovens nas secundárias, há miúdos de 14 e 15 anos que andam com t-shirts do Hitler» (lamentável de facto, ainda se fosse do sanguinário Che, do facínora Mão ou outra amigalhaço ainda vá lá…). Como sempre nestas situações basta lançar a suspeita, evocar o nome malvado e já está. Nem é preciso provar o alegado “terror” que, aparentemente, consiste apenas numa bem sucedida campanha de angariação de simpatizantes… Terrífico, de facto. O terror é, para aquelo novo comediante o crescimento da “extrema-direita” nas áreas do Barreiro, Almada, Seixal, Corroios, Amora e Feijó e a alegada actuação dos cabeças rapadas passa pela atracção dos mais jovens para as causas da extrema-direita, onde alguns jovens (não confundir estes nefandos jovens com os “jovens” sempre defendidos por aquela benemérita e monocromática associação…) são atraídos para aquela causa. Acrescentando «Cada vez há mais skinheads. Os putos na escola querem é heróis e olham para eles como olhassem para o Messias. É um discurso idiota [a mensagem da extrema-direita] mas cativa os miúdos» (que pena não irem já nas cantilenas sanguinárias dos amanhãs que cantam não é o Chulagge?).
Não sabendo do que fala, como é normal, afirma com um quase profético vaticínio que a «violência vai acabar por ser inevitável e recorrente», não senhor Chulagge (que raio de nome será este?) a violência já é inevitável e recorrente, mas é aquela politicamente correcta dos “jovens” contra a qual estes outros reagem. A reacção é de causa efeito… mas quem é cego para a causa, pega apenas no efeito e depois surgem estas afirmações xenófobas (mas politicamente correctas, claro está…).
Num manifesto acesso de delírio afirma que «Isto não chega aos media e às autoridades porque as pessoas têm medo de represálias. E nós [o SOS Racismo] estamos ainda a perguntar o que devemos fazer. Temos de actualizar o trabalho de casa, eles estão assumidamente dentro das escolas e nós não», é como se vê basta bater em lume brando a receita de terror e juntar-lhes uma mão cheia de skinheads e eis a a “coisa” nos escaparates. Este comediante quase nos faz ter saudades do velho comediante Falcão. Completando o ramalhete não esqueceu de referir a frente institucional da extrema-direita, o PNR, claro está esclarecendo ainda que existe uma milícia de rua… É o delírio. Ardendo em febre e como bom democrata ainda afirmou «Há quem não tenha noção da ameaça que isto é. Estão a passar a informação na Internet e dentro das escolas e ninguém faz nada».. Pois claro oh Chulagge, feche-se a Internet (excepto para o hip-hop, rap e os “jovens”) e proíbam-se, eventualmente matem-se, ou no mínimo mandem-se os skins para campos de reeducação (obrigados de manhã à noite a portarem-se como “dreads” a vestirem FUBU e a ouvirem Kuduro).
É um caso perdido, neste nosso mundo o racismo vai mesmo sendo unívoco...

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