OUTRO REPARO
Por um lamentável lapso relativo ao papel de Portugal no último "dossier" vi-me forçado a ecrever uma carta ao director da "La Nouvelle Revue d'Histoire" (que aqui vos deixo na versão portuguesa).
Estimado Professor Dominique Venner,
Sou um dos atentos leitores da sua revista em Portugal e não quero, nesta ocasião, deixar de o felicitar pela enorme qualidade da mesma e interesse e rigor dos seus cadernos temáticos, bem como pelo seu papel de porta-voz de uma história não comprometida e sem amos.
Não posso porém deixar de lamentar que no último número (o 49), dedicado às visões europeias sobre Napoleão se tenha esquecido completamente Portugal, terra onde pela primeira vez (excepção feita às significativas derrotas navais em Aboukir e Trafalgar) as gloriosas e vitoriosas forças francesas conheceram a derrota às mãos de uma improvisada guerrilha e forças de segunda linha (pois o o exército português desmembrado por Junot havia sido licenciado e com o melhor das suas forças constituída a Legião Portuguesa, criada em 16 de Janeiro de 1808, e que se haveria de cobrir de glória nos campos de Wagram – afirmando então o imperador que em toda a Europa não havia infantaria como a portuguesa -, Smolensk, Witepsk, Borodino ou na retirada de Moscovo, quando foram essas forças que em Berezina possibilitaram a passagem do rio ao Grande Exército em fuga). Dado o rigor habitual da revista que dirige não se entende como se pôde esquecer Portugal num momento em que o Imperador não conseguia o Bloqueio Continental, não lograva impedir uma sólida e constante ligação com a Grã-Bretanha e, independentemente dos sucessos na Europa Centro-oriental, as suas águias eram abatidas, contra-corrente e pela primeira vez, num pequeno país do extremo da Europa.
Não posso, pois, deixar de lamentar este lapso, seguramente involuntário, mas que muito afecta a qualidade e interesse daquele dossier que não esqueceu a Espanha que, em 1807, invadia o nosso país ao lado de Napoleão e que, só após o sucesso português mudou de campo.
Apresento-lhe, senhor Professor os meus mais profundos e sinceros cumprimentos
Sou um dos atentos leitores da sua revista em Portugal e não quero, nesta ocasião, deixar de o felicitar pela enorme qualidade da mesma e interesse e rigor dos seus cadernos temáticos, bem como pelo seu papel de porta-voz de uma história não comprometida e sem amos.
Não posso porém deixar de lamentar que no último número (o 49), dedicado às visões europeias sobre Napoleão se tenha esquecido completamente Portugal, terra onde pela primeira vez (excepção feita às significativas derrotas navais em Aboukir e Trafalgar) as gloriosas e vitoriosas forças francesas conheceram a derrota às mãos de uma improvisada guerrilha e forças de segunda linha (pois o o exército português desmembrado por Junot havia sido licenciado e com o melhor das suas forças constituída a Legião Portuguesa, criada em 16 de Janeiro de 1808, e que se haveria de cobrir de glória nos campos de Wagram – afirmando então o imperador que em toda a Europa não havia infantaria como a portuguesa -, Smolensk, Witepsk, Borodino ou na retirada de Moscovo, quando foram essas forças que em Berezina possibilitaram a passagem do rio ao Grande Exército em fuga). Dado o rigor habitual da revista que dirige não se entende como se pôde esquecer Portugal num momento em que o Imperador não conseguia o Bloqueio Continental, não lograva impedir uma sólida e constante ligação com a Grã-Bretanha e, independentemente dos sucessos na Europa Centro-oriental, as suas águias eram abatidas, contra-corrente e pela primeira vez, num pequeno país do extremo da Europa.
Não posso, pois, deixar de lamentar este lapso, seguramente involuntário, mas que muito afecta a qualidade e interesse daquele dossier que não esqueceu a Espanha que, em 1807, invadia o nosso país ao lado de Napoleão e que, só após o sucesso português mudou de campo.
Apresento-lhe, senhor Professor os meus mais profundos e sinceros cumprimentos
Etiquetas: História, La Nouvelle Revue d'Histoire
1 Comments:
Já fomos grandes!
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