25 maio 2010

O DIABO... E ALGUMAS CONSIDERAÇÕES

Hoje é Terça-feira, dia do semanário "O Diabo" que, habitualmente aqui noticio, não apenas porque vale a pena a sua leitura mas também para divulgar as recentes mudanças no mesmo e auxiliar à sua divulgação/venda.
Jornal independente e não alinhado merece, indiscutivelmente, o nosso carinho. Por isso, Terça, após Terça aqui o lembro sem, por vezes, se quer o comentar.
Hoje, porém o tema da capa merece-me algumas considerações e comparações.
No tempo do "fascismo" em que estudei, não obstante o dito e a profunda influência (estou certo que nefasta...) da Igreja Católica existia uma disciplina - Religião e Moral (no meu colégio leccionada por um fabuloso padre, o padre José Diogo d'Orey, mas que, confeso, não sei se deveria ser sempre obrigatoriamente leccionada por um, creio que sim) que possuia um manual em dois volumes "A Nossa História Divina". Não obstante, todas essas condicionantes resultantes do obscurantismo e ditadura em que vivíamos, bastou ao meu pai declarar que não desejava (sempre foi um anti-clerical convicto e militante, herdando essa veia do avô [meu bisavô] carbonário) que eu frequentasse a tal cadeira para que tal se verificasse. Isto no tempo do propalado "fascismo" e ausência de liberdades. O bom do Padre Zé Diogo quando a aula era sobre religião (outras vezes abordava temas "profanos" que não raras vezes escolhiamos em democrática e participada assembleia...) lá me chamava e pedia-me para lhe ir limpar a boquilha (o que normalmente demorava os 50 minutos da aula). Devo acrescentar que não obstante a decisão do meu pai em tempos de manifesto obscurantismo fui discriminado de qualquer forma.
E hoje? Poderemos em plena liberdade e democracia exigir que as nossas crianças não tenham que "estudar" o aborto, não tenham lições de sexo desde que entram para escola, nessa aberração vergonhosa que é a denominada "Educação sexual"?
É que como a tal velha "religião e moral", também aqui lidamos com uma magna questão moral que esperemos não seja, desta feita, obrigatória...

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1 Comments:

Blogger Pedro said...

Pessoalmente, julgo que o eventual interesse e pertinência de uma disciplina de Educação Sexual dependerá, essencialmente, do respectivo conteúdo programático, que desconheço. Portanto mantenho a mente aberta, apesar da experiência me deixar adivinhar que aí vem asneira.
De qualquer forma, não posso deixar de considerar esta questão um problema menor no âmbito do sistema de ensino, uma vez que esse próprio sistema tem vindo a ser progressivamente desmantelado e destruído. A recuperação de um nível aceitável de ensino, por si só, é coisa para demorar gerações, e creio que esse é um dos principais problemas que iremos enfrentar no futuro.

Quanto ao resto, estou reconhecido pela divulgação de O Diabo. É uma publicação muito meritória, que adquiro ocasionalmente com prazer.

PS - Gosto de o ver reflectir sobre os temas do jornal, para além da mera divulgação.

quarta-feira, 26 maio, 2010  

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