10 janeiro 2012

NO REINO DA XENOFILIA

Noticia o "Correio da Manhã" que uma família carenciada autóctone (espero que isto ainda se possa dizer...) da zona de Tomar, mais concretamente de Carvalhos de Figueiredo (terreola que indo pela estrada antiga ficava um pouco antes de Tomar), viu as suas filhas de cinco, sete e oito anos, terem de almoçar no átrio da escola (depois de, na quinta-feira passada, terem almoçado mesmo na rua) – segregadas das outras crianças – e de levarem de casa o respectivo prato e talher, por causa de uma (suprimo o politicamente correcto alegada) dívida à Associação de Pais. Não interessa aqui esgrimir os argumentos dos progenitores sobre a existência da dívida ou não (nem dos subsídios que eventualmente lhes são devidos), sendo certo que, por regra (aplicável a todos) as dívidas são para serem pagas... Embora se devam entender as palavras da mãe desempregada que afirma tal atitude ser "uma crueldade e uma violência. Não houve tolerância nenhuma e agora estão a vingar-se nas crianças quando querem atingir os pais".
O presidente da Associação de Pais da EB 1 de Carvalhos de Figueiredo, Pedro Fontes, afirmou ao jornal que "está tudo a ser feito dentro da lei". Naturalmente não o questionamos (e exaltamos o seu labor voluntário em prol da comunidade), apenas lembramos que a lei nem sempre é justa e não raras vezes é cega.
Estou certo que, apesar de estarmos em Portugal e as crianças discriminadas serem autóctones deste país, se fossem crianças africanas ou de etnia cigana, por muito elevada que a dívida fosse, a actuação jamais seria esta, apesar de estar igualmente "dentro da lei".
É apenas mais uma faceta desta pátria cada vez mais uiofóbica (medo/aversão dos próprios filhos, uso esta expressão para usar a aversão a iguais= homofobia), deste abjecto mundo novo contra o qual devemos permanecer de pé, mesmo entre as ruínas cada vez mais extensas e ostensivas...


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2 Comments:

Blogger TRIARIO said...

Como costuma dizer um camarada nosso – Deixa que se mostrem todos, façam as suas paradas gueis, “brinquem” aos pedófilos, troquem as nossas crianças por “coitadinhos” de tez escura, usem avental e quejandos… porque isto um dia vai mudar e então vai ser fácil reconhece-los.
Guardem uma bala por cada filho da p…

quarta-feira, 11 janeiro, 2012  
Blogger HelenaBC said...

Fui lá...
Não consegui mais informações, mas deixei a "minha marca":

- Cuidado que estas crianças serão protegidas... há um grupo disposto a lutar por elas !

A funcionária, Sra de cabelos curtos e grisalhos, lá foi dizendo meio a medo que não me podia deixar entrar nem me podia dar mais informações. Disse-lhe que mesmo que os PAis fossem os maiores bandidos, esta não é a maneira de tratar os iguais, desigualmente...
Defendeu a escola... que tudo era uma mentira... que as crianças tinham refeições pagas pela Camara, que nada do q se diz nos jornais é verdade....
Embora possa parecer que nada fui lá fazer, julgo que pelo menos deixei a certeza que estamos bem atentos !
Não tenho dúvidas que algo irá mudar neste caso.
Mudei de tema, pedi para falar com as crianças... que não era possível porque o PAI as tinha levado para o Porto.
Estaremos atentos. Cada qual colabora como pode, sem dúvida, tão necessário é o que vai como o que escreve acerca deste assunto.
Expondo casos semelhentes pode ser que se crie uma onda de solidariedade bem diferentes das comuns...

quarta-feira, 11 janeiro, 2012  

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