04 março 2007

MUSEU SALAZAR

Centenas de populares de Santa Comba Dão (não, não eram os tenebrosos Nacionalistas orquestrados, ou não, pelo PNR) receberam ontem com vivas a Salazar os membros da anacrónica União de Resistentes Anti-Fascistas Portugueses – URAP (fiquei, assim, a saber que esse resquício do 25A ainda existia), em luta contra a criação do Museu Salazar na cidade. Para grande tristeza dos me(r)dia “não foi notada na cidade a presença de quaisquer elementos ou grupos de extrema-direita”, foram mesmo os populares locais (a propósito terão notado como os protegidos e amiguinhos se manifestaram em Copenhaga??? Calhando não tiveram tempo…) que se manifestaram. Mas claro, como a cabala não podia faltar, descobriu-se que numa quinta privada em Sortelha (Sabugal), iria decorrer um encontro de elementos “alegadamente” próximos de grupos neonazis e neofascistas. Fantástico. Tal levou a que a GNR reforçasse em quase uma centena os seus efectivos em Santa Comba Dão (nunca hei-de entender porque não o fazem durante os workshops de desobediência civil do berloque de esterco).

Os URAP’s estavam reunidos na cidade para uma sessão de informação contra a criação do Museu, enquanto que centenas de populares deram vivas a Salazar a que os URAP’s respondiam com a estafada cantilena do «25 de Abril sempre, fascismo nunca mais». Mas então em Santa Comba não é o povo quem mais ordena? Está visto que a cantiga só é cantada quando de feição...

Durante o dia uma viatura passou pelo largo e lançou dezenas de panfletos anónimos de louvor a Salazar (até me admira como não foi descoberto terem sido os neonazis e neofascistas da tal quinta de Sortelha...): intitulados «Salazar, o obreiro e maior patriota português», defendiam que «Salazar nasceu para a vida eterna» que, com a sua morte, «a Nação portuguesa ficou empobrecida nos seus valores humanos» ou ainda que «a História de Portugal, oito vezes secular, enriqueceu notavelmente durante o governo de Oliveira Salazar». À sua figura qualificada como «dos mais notáveis portugueses do mundo e o maior português deste século» afirmava-se que Portugal devia «a definição dos sãos princípios sobre os quais tem de assentar a defesa da moral, da justiça, da ordem, do trabalho e da família e a defesa da pátria contra o comunismo».

Venha lá esse Museu e que se lixem esses URAP’s, que a História de Portugal não se pode compadecer de semelhantes visões limitadas por entre-olhos.

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1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Nem mais. Grande Salazar.

Forte abraço

domingo, 04 março, 2007  

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