17 maio 2007

UM HOMEM DE CAUSAS RARAS...

Sabem os meus leitores mais atentos que sou, por convicção, descrente da tese bondade humana, essa fantástica utopia eregida por Rousseau. Há, todavia, graus de "maldade" diferente entre os homens e entre os que possuem esse grau mais elevado, muitos passam pela experiência prisional que, não estando certo que lhes faça bem, é o que a sociedade deve desejar para quem prevarica ou contra ela atenta. Há também, evidentemente, os que por ela passam por razões políticas sem estarem necessáriamente abrangidos pela proposição anterior. Para uns e outros (e que me desculpe o actual Director-Geral dos Serviços Prisionais, meu bom amigo e colega) não creio que a passagem pelas progressivamente mais luxuosas instalações traga benefício de monta aos internados. Também aí me revelo um descrente e vou, ao que parece, contra a opinião geralizada e politicamente correcta. Reconheço, porém, que marginalmente haverá excepções e é sobre a mais notável delas que hoje vos escrevo. O nosso conhecido Júdice, já homenzinho, após o 25A entrou nas cadeias democráticas, por tempo que não posso determinar com o labéu de fascista, "adjectivo" que era utilizado sem parcimónia na época (bom, mas pelo menos confesso admirador do Jose Antonio era). Foram seguramente alguns meses. Amigo nosso (que promovia incofessáveis "tropelias" no Partido do Progresso) que frequenta estas andanças assegura-me que ele já lá estava quando ele próprio entrou e que ainda lá permaneceu dois meses. Foram meses notáveis, porém, dado que lá entrou fascista (ou proto pelo menos) e saiu um democrata convicto. Um notável caso de recuperação a cargo da pedagogia prisional portuguesa de então. Anos passados é vê-lo patrono de Aristídes e mandatário de António Costa. Este prodigio nem as prisões da PIDE conseguiam, um mérito da democracia, pois.

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2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Amigo Humberto, uma pequena correcção, o "m" apenas antes do "p" ou do "b", excepto vogais.
Portanto "homenzinho"..Foi lapso de certeza.. ;)

um abraço

quinta-feira, 17 maio, 2007  
Blogger Humberto Nuno de Oliveira said...

Claro, lapsos são frequentes nesta casa onde se escreve ao correr da...tecla.
Obrigado e um abraço

quinta-feira, 17 maio, 2007  

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