01 julho 2007

AFINAL NÃO É SÓ CÁ

Afinal não é só por cá que os ministros proferem declarações absurdas e desatrosas. O ministro da defesa japonês, Fumio Kyuma, afirmou numa desastrosa pública declaração na Universidade de Kashiwa que era "inevitável" que os Estados Unidos tivessem lançado duas bombas atómicas sobre o seu país durante a 2ª Guerra Mundial, para atingir dois objectivos: evitar que a União Soviética entrasse também na batalha do Pacífico e acelerar o fim da guerra.
Kyuma afirmou ainda que a principal razão pela qual os EUA decidiram lançar as bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasaki foi a de evitar que a União Soviética declarasse guerra ao Japão o que, a ser assim, teria sido um erro crasso uma vez que após os ataques nucleares contra o Japão, a URSS declarou a guerra contra o Império japonês e de imediato tomou as Sakalinas e as Curilhas, que a Rússia ainda controla.
Kyuma manifestou alguma satisfação ao anotar que "felizmente a ilha de Hokkaido não foi ocupada" pelas tropas soviéticas, uma vez que a segunda maior ilha do arquipélago japonês, no norte do país, a mais próxima da Rússia "podia ter sido tomada pela União Soviética" e culminando com um fantástico "Não guardo nenhum rancor dos EUA" o que, no mínimo, é uma afronta aos largos milhares de civis que morreram sob as bombas criminosas dos americanos. Enfim, é mais um produto da tal "cultura" imposta pelos vencedores de uma história vesga, parcial e infame que vitimiza e traumatiza um povo sujeito a uma bárbara experiência por parte dos vencedores...
Recordam-se há uns tempos dos actos de contrição impostos ao Japão na China e Birmânia? Pois é, critérios...

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