20 julho 2007

OS EUA E AS RELAÇÕES INTERNACIONAIS: A INIQUIDADE

Não é forçado dizer, neste mundo unipolar, em que o final da guerra fria nos mergulhou, que as relações internacionais são ditadas pelos Estados Unidos da América que, como única super potência vai ditando os seus interesses quer pela via diplomáticas, quer, quando necessário, através de uma moderna política da canhoneira. Como é evidente tal prática não pressupõe, ou implica, qualquer noção ética ou de moralidade justificativa. Age, de acordo com os seus interesses, e a justificação logo se encontrará, ou forjará. Assim foi no Afeganistão. Assim foi no Iraque, aliado de ontem, que se imolou por interesses conjunturais, temendo-se agora que uma retirada militar dos americanos conduza à divisão em três nações distintas: uma em Anbar, onde os sunitas são maioritários (e para onde seriam expulsos os demais das zonas onde são minoritários), uma nação xiita no Sul (eventualmente absorvível pelo Irão) e um Curdistão a Norte. Nada que preocupe quem age com prepotência, nada que não fosse previsível com a instauração de uma “democracia” (de custos bem elevados…), mas, seguramente, nada que perturbe a caminhada americana.
Também na Europa a vontade americana se impõe, desta feita na questão do Kosovo, para a qual a opinião política europeia já foi amestrada comandada pela “masters voice”. Os sérvio, de há muito não alinhados, constituem um “carta fora do baralho” para a pax americana e por isso não espanta que venham sendo sujeitados a toda a sorte de atentados à sua soberania com a aquiescência servil da Europa e suas instituições. Depois de retalhada e mutilada a nação sérvia vê-se agora a braços com a mais que presumível amputação do Kosovo (que por acaso é só o berço da nação sérvia), fruto do ocidental plano Athisaari. A “razão”: a necessidade da autodeterminação da maioria albanesa (e eis aqui um belo exemplo dos malefícios que uma migração espúria pode produzir no futuro…). Claro que esse é apenas o motivo justificativo, pois a verdade, oculta, é outra bem diversa. Se assim não fosse, porque será ignorada a maioria sérvia naquilo que foi a República Sérvia da Bósnia, ou só os amiguinhos albaneses importam?

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