23 maio 2008

PORQUE JAMAIS PODERIA SER DIPLOMATA...

Diz-se entre todos os que entre nós comentam o assunto que no nosso ministério dos negócios estrangeiros, os diplomatas só os há de dois tipos: os bichos e as bichas, e talvez tal me tenha, cedo, demovido de qualquer veleidade diplomática. E ainda bem, acrescento.
A semana que se encerra deu a Portugal dois motivos de sobra para explorar em benefício dos seus interesses, daqueles verdadeiros e permanentes, tais motivos.
De que estarei a falar, perguntaram, tal a mudez, ou eventualmente pior, a estupidez que sobre tais assuntos, qual manto diáfano, se abateu.
Em Santiago de Compostela mais de 25.000 galegos exigiram o reconhecimento da sua língua como português, e acusando a brutal imposição do castelhano como ilegítima. Afirmaram, "a nossa língua não é regional nem dialectal, mas sim internacional. O galego é o português da Galiza e nós queremos que o galego se confunda com o português, mantendo as suas especificidades próprias".
Ao mesmo tempo o vice-presidente do Governo Autónoma da Catalunha, Carod Rovira, acusou a Espanha de não ter entendido até ao momento que Portugal é um Estado independente, mantendo uma espécie de "imperialismo doméstico" e incitando Portugal a apoiar a independência que pretende para a região, propondo referendo em 2014. Rovira apenas lembrou o óbvio (com demonstração provada na História): "O que menos interessa a Portugal é uma Espanha unitária (...) uma Catalunha independente na fachada mediterrânea poderia ser o contrapeso lógico ao centralismo espanhol".
O que ouviram por cá? Nada, claro. Ou melhor, na ressaca o embaixador em Madrid recusou estas ideias, em nome da "intensidade das relações". Pois...

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3 Comments:

Blogger C said...

Caro Prof. HNO,

Então não se ouviu? Os iberistas de serviço que vivem em Portugal vieram de imediato a terreiro a condenar as "vis" airmações do Rovira.

Há coisas muito tristes... O Ten-Cor. Brandão Ferreira já disse e bem, Espanha estilhaçada mas sem estilhaços a atingirem Portugal.

sábado, 24 maio, 2008  
Blogger Nuno Castelo-Branco said...

Penso que é um ero terrível apostar no estilhaçar da Espanha. Vamos criar um vulcão nas fronteiras. Nuno, imagina teres que negociar com pró-islamitas em Sevilha, Roviras (uma bestinha, diga-se) em Barcelona, turras em Bilbau, com o BNG em Vigo, etc. Era só o que nos faltava! Espanha unida e em ordem, próspera e contente, é o que mais nos convém. Nada de fantasias! Lembrem-se de 1931-39...Quanto ao que o senhor coronel diz, gostava de saber como é que consegue a façanha de nada daquele hipotético desastre nos atingir. Juizinho!

terça-feira, 27 maio, 2008  
Blogger Humberto Nuno de Oliveira said...

Nuno, sempre discordamos (e discordaremos) neste aspecto. Compreendo a tua posição, mas em Espanha sou sempre tendencialmente republicano. Os nacionalismos tem muitas falanges, falanginhas e falangetas sempre prontas a "cuidar" do nosso torrão pátrio.
E parte da nossa independência, em 1640, devemo-lo, inequivocamente, ao facto de a Catalunha ter permanecido sob o férreo jugo castelhano.
Um abraço
P.S. Quanto ao BNG é estenderes-lhe a passadeira e ficas com um Portugal completo.
Um abraço

quinta-feira, 29 maio, 2008  

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