EU FUI...
Não, não se trata da bacocada do denominado "Rock in Rio - Lisboa", mas sim da minha ida ontem ao Museu Nacional de Arte Antiga para visitar a absolutamente imperdível e deslumbrante exposição que apresenta, pela primeira vez ao público português, as famosas quatro tapeçarias, ditas de Pastrana, património nacional que, por artes misteriosas e nunca bem apuradas foram parar a Espanha onde, infelizmente, ainda se encontram.
Foi, devo confessar-vos, um absoluto momento de êxtase, por diversas razões. Primeiro, porque o conjunto é deslumbrante e único (na época, como sabem, apenas se faziam tapeçarias sobre heróis míticos ou mitológicos e/ou de temas religiosos), segundo, devido à minha admiração pelo soberano "Africano" e finalmente porque me dediquei, academicamente, ao estudo da emblemática pessoal do Rei que possuí, nestas tapeçarias uma das suas fontes primárias.
Já aqui discordei da designação da denominação da exposição, muito ao gosto "moderno", porquanto D. Afonso V dificilmente precisaria de inventar uma glória que todos na Europa lhe reconheciam, mas sabendo como é sempre mais fácil dizer mal do que fazer tentarei, ante a magnificência do que está exposto (e só isso bastaria), alinhavar algumas considerações menos positivas, mas creio que justas, sobre a exposição. O espaço de observação é exíguo para duas das tapeçarias - Desembarque e Tomada - sendo certo que em nenhum museu (excepto, eventualmente, um construído de raiz para peças de tal dimensão) tal tarefa seria fácil; o percurso expositivo, uma vez que, ao subir a escada, o visitante se depara com a fabulosa tapeçaria do Cerco (seguramente a mais conhecida e bela, mas segunda do conjunto) é confuso, o que o leva o visitante a ter que voltar atrás para seguir o percurso da história, pois é disso - a história da conquista de Arzila - que tratam as três tapeçarias, na realidade, ao visitante que não conheça as peças (que creio bem sejam uma significativa maioria) não é sugerido qualquer percurso de visita o que pode dificultar o entendimento global.
Já aqui discordei da designação da denominação da exposição, muito ao gosto "moderno", porquanto D. Afonso V dificilmente precisaria de inventar uma glória que todos na Europa lhe reconheciam, mas sabendo como é sempre mais fácil dizer mal do que fazer tentarei, ante a magnificência do que está exposto (e só isso bastaria), alinhavar algumas considerações menos positivas, mas creio que justas, sobre a exposição. O espaço de observação é exíguo para duas das tapeçarias - Desembarque e Tomada - sendo certo que em nenhum museu (excepto, eventualmente, um construído de raiz para peças de tal dimensão) tal tarefa seria fácil; o percurso expositivo, uma vez que, ao subir a escada, o visitante se depara com a fabulosa tapeçaria do Cerco (seguramente a mais conhecida e bela, mas segunda do conjunto) é confuso, o que o leva o visitante a ter que voltar atrás para seguir o percurso da história, pois é disso - a história da conquista de Arzila - que tratam as três tapeçarias, na realidade, ao visitante que não conheça as peças (que creio bem sejam uma significativa maioria) não é sugerido qualquer percurso de visita o que pode dificultar o entendimento global.
Acompanha a exposição a edição de um catálogo de elevadíssima qualidade gráfica e preço consonante (30 €) mas absolutamente normal para publicações análogas. De qualquer modo, independentemente da escolha de um historiador espanhol para fazer o enquadramento da história das conquistas de D. Afonso V e da total ausência de um estudo da emblemática do soberano (a sua famosa empresa) cremos que este catálogo (cuja primeira apreciação não resulta ainda da atenta leitura) será de leitura e consulta obrigatória para qualquer trabalho sobre a política africana e/ou emblemática de D. Afonso V.
Vão, pois, ao MNAA que vale, absolutamente, a pena.
Etiquetas: D. Afonso V, Exposição, Museu Nacional de Arte Antiga
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