27 março 2007

AINDA SALAZAR...

A interessante entrevista do Presidente do PNR ao "Portugal Diário".

Como reage à nomeação de Salazar em plena democracia?
«É perfeitamente natural. Foi um murro no estômago no vigente esquerdismo cultural. É ridículo estar a endeusar Álvaro Cunhal, um totalitarista do comunismo soviético, onde existiam os gulags. Salazar nunca foi fascista, apesar de estar próximo de Mussolini. Era líder de um regime de direita autoritário. Ninguém quer fazer ressuscitar Salazar, nem o seu próprio pensamento, mas há que dizer que a história o tem tratado mal.
Finalmente há abertura para podermos falar sobre Salazar. Tem existido uma cortina de fumo de censura para não se falar do Estado Novo».

Foi apenas um concurso ou identifica alguns sinais de mudança na sociedade portuguesa?
«Foi apenas um concurso, mas representa também um voto de protesto contra o desempenho dos actuais políticos que estão no Governo. As pessoas estão a precisar de valores de honestidade e de referências que vêem não em Cunhal, mas em Salazar».

Há um branqueamento do Fascismo?
«Não, há um branqueamento do comunismo. Achei hilariante e não consegui evitar esboçar um sorriso quando vi Odete Santos a insurgir-se contra a votação e a culpar a RTP de estar a contribuir para o branqueamento do fascismo. Hoje em dia fala-se bem de Fidel Castro e de Che Guevara. Salazar foi um governante da direita conservadora que a história tem feito por esquecer.
O PNR não é um partido do passado, não somos totalitaristas, somos um partido do presente e para o futuro. Há no seio do PNR pessoas que odeiam Salazar e pessoas que gostam dele. Oficialmente não nos vamos pronunciar, nem usar o desfecho desta votação».

Que efeitos terá esta votação na sociedade portuguesa?
«Acho que haverá unicamente o efeito de criar o debate na sociedade e nos média, para além de ser um recado claro para os governantes actuais. O povo sabe agora que tem de abrir os olhos para o estado lastimável em que se encontra o país. Este capitalismo selvagem e insegurança social têm de ser travados. Há indícios de que alguma coisa está para mudar».

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