22 junho 2007

REVISITANDO A ANTROPOLOGIA 4

Eis nos, pois, chegados ao animal que cientificamente dá pelo nome de Homo sapiens sapiens. Animal que, justamente ou talvez não, se considera ocupar o lugar cimeiro no reino animal, muito por causa, como atrás referimos, da tal capacidade intelectual exclusiva – ou como já se aflorou, talvez não (ao tratar estes temas lembro-me sempre do notável livro La planète dês singes, editado em 1963 por Pierre Boulle, e adaptado ao cinema com o nome de Planet of the Apes) – do domínio da razão. É esse domínio que, entre outras óbvias vantagens, lhe confere o denominado livre arbítrio (desde logo para decidir da sorte dos demais animais...). Será que esta espécie – Homem – para além dessa diferença possui outras de vulto relativamente aos demais animais? Como vimos abordando ao longo deste artigo, desde as tartarugas (testudines), aos gatos (felis catus), aos cães (canis lupus familiaris), aos cavalos (equus caballus), ao gado bovino (bos taurus) e finalmente aos nossos primos primatas, todas as espécies apresentam sub espécies ou “raças”. Será a espécie homem uma excepção? Não terá ela, à semelhança dos seus mais próximos parentes, sub espécies? Será esta espécie original nessa característica? Claro que não!

Negam-no a arqueologia e as evidencias. Afirmam-no, todavia, pseudo ciências defensoras do politicamente correcto, que esgrimem algo que ninguém contesta – só há uma espécie humana (Serão espécie e raça sinónimos neste contexto? Não o são para gatos, cães e tantos outros animais pelo que, relativamente ao homem poderemos estar simplesmente perante um apriorismo de conveniência cultural e, relembro, uma vez mais, que falamos de diversos membros de um mesmo reino animal. Será que o homem, devido às tais capacidades que não partilha com os demais membros do reino pode alterar, de acordo com as suas conveniências, classificações científicas?) – mas que mesmo assim não conseguem evitar dizer que as diferenças (afinal existem!) entre as principais sub espécies (caucasóide, negroíde e asiática) dessa raça única representam apenas uma pequena percentagem (quão pequena?) do conjunto das características genéticas. E, voltando ao princípio, tratando-se de um animal, poder-se-ia perguntar qual a percentagem de variação entre o lince da serra da Malcata e outro da Europa central, seria maior ou menor? E entre o pastor alemão e o pastor belga? Mas por muito pequena que seja a percentagem não advogamos, mesmo assim, a sua preservação, a preservação dessas distintas sub espécies de canis lupus?
(continua)

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