NEM ELES SE ENTENDEM...
Com uma mente condicionada (admito-o) pela existência de uma, pelo menos formal, autoridade religiosa - o papa (ou os patriarcas entre os ortodoxos, ou a rainha entre os anglicanos, etc), custa-me sempre a encontrar a justa medida para "arrumar" as decisões, não raras vezes contraditórias, vindas do mundo islâmico, onde a autoridade religiosa se pulveriza por uma miríade de líderes religiosos regionais que, interpretando o islão à sua maneira, podem decidir de modo absolutamente contraditório uns dos outros [talvez esta imprevisibilidade seja um dos maiores riscos do islão, digo eu...].Do Egipto chega a notícia de que o xeque Mohamed Tantawi (líder religioso local) promulgou uma fatwa (pronunciamento legal no Islão emitido por um especialista em lei religiosa, sobre um assunto específico e de carácter irrevogável [como, por exemplo, no caso do autor dos "Versículos Satânicos"], sendo normalmente emitida a pedido de um indivíduo ou juiz de modo a esclarecer uma questão onde a jurisprudência islâmica, seja pouco clara) contra o uso do véu islâmico nas escolas, considerando que aquele acessório feminino nata tem que ver com o islão e que apenas promove o extremismo religioso.
Etiquetas: Egipto, Islão, Liberdade religiosa, Religião
posted by Humberto Nuno de Oliveira at 09:07
2 Comments:
Sabe... há coisas que,por motivos culturais certamente, me custam mais a compreender. Por exemplo, sempre "engalinhei" com aquela história de em França proíbirem a ostentação de símbolos religiosos nas institituições escolares, porque simplesmente não devia ser necessário.
Da mesma maneira, que emitir uma fatwa contra o uso do véu islâmico nas escolas, também não devia ser necessário.
O problema aqui é que, me parece que, em ambos os casos foi necessário e a justificação quer para um, quer para outro é válida, porquê? Porque as pessoas não têm a noção do razoável.
Estou a simpatizar com esse turbantado. Porque será?
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