AOS MEUS AMIGOS NACIONALISTAS (SÓ DO LADO DE CÁ DA FRONTEIRA...)
Tenho muitos verdadeiros amigos nacionalistas, cuja amizade muito prezo e respeito, que sofrem de um estranho síndrome. Sendo atestadamente nacionalistas perdem tal atributo quando cruzam a fronteira e é vê-los ufanosamente embarcando em cançonetas imperialistas, esmagadoras de pátrias (identitárias) e de anseios nacionalistas. É um fenómenos que me intriga há anos. Estruturalmente nacionalista, aprecio-os a todos sem excepção, onde se justificam, como é o caso da vizinha Espanha, construção imperial e sangrenta (que o digam os catalães invejosos do nosso sucesso no século XVII) que data do século XVI. Eu a todos admiro dos galegos à nação sioux, todos me fazem sentido e creio que já não mudarei... Esta minha "limitação", creiam-me, muitas vezes me impediu de acamaradar com tantos deles quando alegremente partiam de cara ao sol para paragens mesetinas. Mas que raio tem aquilo a ver com o nacionalismo? Tantas vezes pensei, quase sempre sózinho...
Um recente livro, vertido em boa hora para a língua de Camões pela Oficina do Livro, sugestivamente titulado «A Grande Tentação» do historiador Manuel Rós Agudo, usando documentos que até à pouco estavam classificados demonstra que esse encantador de lusas catras ao sol sempre pretendeu invadir Portugal (exercício estratégico que fora, aliás, a sua tese para admissão ao generalato). Esse "amigo" que tanto devia a Portugal pelo apoio que lhe prestara no conflito de 1936/39 e que neste último ano firmara um Pacto de Amizade e Não-Agressão, por plano de Dezembro de 1940, pensava de facto, à semelhança das outras nações hispânicas que já subjugara, aumentar a sua colecção de troféus com Portugal... Ironia da história, foi Hitler que nos salvou.
Por estas e outras é que, com os espanhóis, sempre com um pé atrás como o Senhor dos Passos...
Etiquetas: Adolf Hitler, Espanha, Francisco Franco, Imperialismo, Livros, Nacionalismo
10 Comments:
Partilho por inteiro da sua desconfiança e da sua perplexidade face "aos do lado de cá". Dá ideia que o empolgamento ideológico pelo resultado da guerra civil os obnubila face à verdadeira natureza do imperialismo castelhano e sobre o risco permanente que ele sempre constituiu para a soberania portuguesa.
Ufa..., pelo menos não sou só eu a passar por histérico. Em Espanha, só encontro uma pessoa de confiança no Estado: a rainha* que para mais, é de longe intelectualmente superior ao marido, à catrefada de ministros da plutocracia e sem dúvida, estratofericamente mais digna que Aznares, Zapateros e outros escroques que por lá medram. Tenho imensas saudades dos tempos em que os couraçados da Royal Navy estacionavam em Lisboa.
*grega.
Bom, veremos amanhã qual a recepção que recebo dos ouvintes espanhóis que me vão ouvir falar da Galiza lusófona e... apresentar o mais recente cd do José Campos e Sousa, em Madrid, behind the enemy lines.
Em cheio!!!
Já me tinham "segredado" qualquer coisa assim. Procurava o livro e não o encontrava.
Cheguei a pensar que só havia edição espanhola.
Ah!... sobre o rei de Espanha...
Pois, está tão pouco esclarecido aquele acidente de Cascais.
Dos tempos do "exilio".
Esse mesmo.
Pois...
Amigo Humberto, um grande abraço.
Ao Camilo
Quanto ao acidente em Cascais, correm muitas lendas, mas a verdade é bem simples: João Carlos era o mais velho, coisa que afasta completamente a velha intriga do "vizir que queria ser califa em vez do califa". Os acidentes acontecem, infelizmente.
Uma coisa será pretendermos - com razão - manter a nossa independência, mas outra, bem diferente,será desejar a destruição da Espanha. É um erro que pagaremos bem caro se nele colaborarmos. Ou estarão os senhores a favor dos seguidores da 2ª república espanhola, que foi potencialmente mais perigosa para Portugal que todos os falangistas, serrano-suñeristas, maluquinhos neo-isabelinos, etc?
E Sieg Heil!!!
Amigos, amigos, mas venha daí o iberismo, dizia ele...
Caro Nuno,
Não quero nenhum mal a Espanha.
Deus me livre!
Sou -lá isso sou- contra a prepotência; a força; as botas... esmagadoras.
E... de vez em quando, lembro-me de Olivença.
E assisto à "pressão" que os hermanos fazem sobre Gibralter.
E... fico cá com um raiva.
Sinceramente duvido que Franco permiti-se tal coisa, dada a amizade entre ele e Salazar e dado que milhares de portugueses - Viriatos combateram contra os republicanos na Guerra Civil Espanhola. Franco, Salazar, Mussolini e Hitler eram aliados politico-ideologicos.
mas se tal acontecesse;
Lá teriamos que soltar da memória Aljubarrota!
Saudações nacionalistas e parabéns pelo blog
Não admira nada, visto a traição que ele fez á ideologia da Falange original. Pelo menos, José antónio sempre respeitou Portugal enquanto nação...
Cumprimentos
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