16 agosto 2006

NEO-OTOMANISMO EUROPEU???

Ainda bem que parece que a invasão do Líbano pela "entidade sionista" está mesmo para acabar. Na realidade o sionismo que campeia aqui por este meio leva já a que alguns mais desvairados comentários sejam vertidos no papel da imprensa do sistema que sabemos bem que interesses serve. Adiante...
O meu colega e ex-correligionário MCB, a que vinha apelidando nestes tempo de guerra de verdadeiro Cipião do Médio Oriente, descobriu agora que o “nacionalismo árabe” é uma ficção (actualmente para ele não o serão todos os nacionalismos e sobretudo o dos “eleitos”?), que os árabes nunca ganharam uma guerra. Sei que o Miguel é um homem culto e inteligente, qualidades que sempre lhe protesto, e se não o conhecesse há tantos anos desconfiaria que andaria a soldo do Sião. Mas como o conheço recomendo-lhe só que perca umas horas e reveja o meu filme de sempre. Acho que não é preciso dizer qual...
P.S. – Quanto aos argumentos da inexistência do Líbano, não se aplicarão a tantos outros Estados (ou apenas consideraremos a exiguidade territorial)???
Como pode existir a Espanha (aí se o D. Blás sonha com este argumento…), onde coexistem castelhanos, guanches (os que escaparam do extermínio), marroquinos, andaluzes, bascos, catalães e tantos outros?
E a China? E a Itália? E os territórios que colonizamos em África onde obrigámos à convivência, num mesmo território sob a bandeira portuguesa de tão diversas etnias?
Poderá ser um bonito gesto, quase quixotesco, mas colocar em causa as entidades saídas de passados coloniais é no mínimo arriscado.
Uma última questão, não deveríamos todos pertencer à Turquia (herdeira do Império Otomano)? Pelo menos resolvia-se já o problema da adesão daquele país à UE? Mas será que a própria Turquia deverá ser um país???

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1 Comments:

Blogger Combustões said...

Sim, mas o meu Sião é outro, bem menos inóspito, bem menos atreito a profetas, pragas bíblicas, guerras santas e ajustes de contas. Com toda a razão dizia o meu amigo Voltaire que o Talmude, O Alcorão e o Velho Testamento contam-nos a história de tribos "antropófagas do deserto". O meu Sião é budista, amigo dos portugueses desde o século XVI, sorridente, pacífico, orgulhoso e independente. É, também, et pour cause, uma monarquia e jamais teve colonos e colonizadores brancos a ensinar-lhes o que aprenderam sem perderem a honra. Quanto a Israel, sabes tão bem como eu que não tenho interesses, nem negócios, nem bolsas de estudo, nem viagens pagas. Aquilo que digo, faço-o em registo de total objectividade. No "mundo islâmico" abro duas excepções electivas: a Turquia e o Irão, duas culturas senhoras de si, sem complexos de inferioridade e sem aquela histeria denunciadora de menoridade. O Irão regressará, estou certo, ao caminho certo e a Turquia terá de perder os complexos de ex-império e reocupar o lugar que toda a geopolítica da região lhe impõe. A Turquia não é europeia, pelo que não deve entrar na União. Ao invés, Israel - e talvez Marrocos _ poderão ser um dia estados associados.No fundo, a matriz de tudo o que de grande a Europa tem querido fazer desde sempre é o Império Romano. Ora, Roma quis a Palestina e quis Marrocos: a porta para o Oriente e a Porta para a África atlântica.
Um abraço
Miguel

quarta-feira, 16 agosto, 2006  

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